Consegui agora ter alguns minutos para encerrar esta polémica incrível que resvalou para tudo menos para o essencial e onde se manteve um curioso silêncio sobre o motivo das minhas dúvidas: as obras e o processo como decorreram. Ao enviar um mail ao Região de Leiria pretendi manifestar a minha discordância com a atribuição de um prémio ao arquitecto de uma obra tão fracturante como a que aconteceu no Rossio de Alcobaça. Ao mesmo tempo coloquei um post, sobre o mesmo tema, neste blog. Entretanto recebo a resposta do jornal Região de Leiria.
Pedi autorização, por mail, ao mesmo jornal para publicar essa mesma resposta. Recebi um mail que, basicamente foi, o reenvio do meu e onde o único novo texto era que para mais informaçãoes teria de contactar o Departamento de Marketing. Analiso agora à distância que talvez me tenha sido reenviado porque a formatação do texto se encontrava alterada por motivos que me são desconhecidos. Não sei se foi. No entanto, como explico no post anterior, nada referia o facto de ter de esperar por uma autorização.
Sou acusado de falta de seriedade neste caso quando a minha única intenção foi colocar a DEFESA do Região de Leiria para que cada um tirasse a sua conclusão. Não consigo compreender o porquê de tão fulminante ataque.
Nunca ninguém me ouviu falar de conspirações, de trocas de administrações e filiações, tudo isso foram expressões e comentários de leitores. As minhas dúvidas foram levantadas sempre como tal. Como dúvidas. Não consigo compreender este tipo de reacções. Se tudo o que disse foi realmente tão estúpido, qual é a dificuldade em rebater as minhas dúvidas, em mostrar que são ridículas? Todas as minhas perguntas são claras e são colocadas como tal, nunca como factos consumados.
Ao Região de Leiria (jornal que sempre prezei e por isso me causou maior estupefação o prémio e esta reacção e por isso manifestei o meu espanto) só quero dizer que considero estéril esta polémica, que tenho direito à minha opinião e que sempre publicarei as suas respostas. Mesmo que para isso seja ameaçado. Repito, mesmo sobre ameaça e nunca ao contrário. Porque ao contrário do que afirmam é essa a minha conduta.
Não acuso ninguém de falta de seriedade como me foi feito pessoalmente. Apenas afirmei, como posição pessoal que mantenho, que a atribuição deste prémio, neste contexto, nesta data, fica indelevelmente ligado a um processo tão fracturante como a obra de Gonçalo Byrne. Pouco mais acrescentei ao meu primeiro texto para o jornal e no blog para ser atacado desta forma.
Apenas se trata da opinião de Miguel Silvestre, que não tem pretensões a ser dono da razão, mas meus amigos, eu que tanto falo desta questão (estou farto) ouço muito poucas respostas e ainda menos argumentos que rebatam as minhas dúvidas e opiniões.
Neste momento já nem falo para o Região de Leiria...
Com ameças ou não continuarei a dizer o que penso e a ser construtivo e crítico. Todos os que passam por este blog devem reconhecer que sempre que critiquei um caminho apontei outro. A forma estridente como se lidam com dúvidas, críticas e alternativas não nos deve inibir de continuar a pensar a sociedade em que nos vivemos, sejam eles autarquias, imprensa regional e local (peço desculpa pelo lapso...) e naturalmente cidadãos e seus espaços de opinião.
Falo daquilo que sou e do que gosto, por isso me exponho correndo o risco de que as pessoas me desconsiderem, não me compreendam e até me ofendam. Convivo com tudo isso de uma forma diferente da forma como convivo com o erro, principalmente com os meus. Se às primeiras atitudes dou pouca relevância, já quanto ao erro só o aceito quando é humilde. Por isso pedi desculpa por ter publicado a vossa defesa, apesar do processo, por isso peço desculpa por me ter deixado arrastar por esta confusão de nomes de jornais que não criei, mas não peço desculpa por pensar de forma diferente e confrontar os actores da nossa sociedade pelas opções que tomam, principalmente aqueles que estão em funções públicas, da mesma forma que me confrontam a mim quando não estão de acordo com o que digo e escrevo.
Estou cansado de falar do Rossio, dos que não admitem os erros, das reacções daqueles que durante tanto tempo defenderam a obra e a agora a criticam. Só peço a toda a gente que, neste momento, deixem as coisas assentar pois vamos todos ter que nos habituar à ideia. A fractura é profunda e a mim continuará a doer-me muito aquilo que foi feito, o que se disse, o que se mentiu em tribunal, etc. Só peço é que não seja aumentada com prémios ou manifestações de desprezo a todos aqueles que pensaram e pensam de forma diferente.
Sinceramente... desejo felicidades a todos: ao Região de Leiria e a toda a imprensa, ao arquitecto Gonçalo Byrne, ao presidente da Câmara Municipal Gonçalves Sapinho, ao Ippar na pessoa do arquitecto Flávio Lopes, aos autores das tarjas de afirmação da obra e principalmente aos que obrigaram a que fosse seguido um "plano" de contigência para o Rossio. Já temos mais árvores, uma praça a menos com inclinação, as esplanadas fora das estradas, novo saibro. A mudança foi de tal maneira que até já temos trânsito outra vez! A minha "falta de seriedade" fez-me falar de tudo isso quando era bem mais fácil dizer que sim a tudo, mas defeito ou feitio é assim que sou.
Continuem a passar por cá, porque vou tentar, e para isso preciso da ajuda de todos (!!), fechar esta mágoa que custa a passar e caminhar em direcção a novos temas porque o concelho não se esgota numa obra destas.
Abraço