quarta-feira, junho 14, 2006

A resposta do jornal Região de Leiria

"Exmo. Senhor
Miguel Silvestre

Em resposta à mensagem que nos enviou, na qual contesta a atribuição do Troféu Afonso Lopes Vieira ao Arquitecto Gonçalo Byrne - na categoria “Personalidade” e não “Personalidade do Ano” como refere - informamos que a decisão partiu de uma reflexão conjunta da direcção e da redacção do jornal, tendo por base diversos factores.

Como certamente saberá, a obra do Arquitecto Gonçalo Byrne não se resume ao projecto de requalificação do centro histórico de Alcobaça. É vastíssima e digna de registo. Uma pesquisa rápida no Google permite-lhe ter essa noção. Mas se não o quiser fazer, destacamos, a título de exemplo, algumas das suas participações em concursos: o Centro Cultural de Belém, com o 2.º prémio; o edifício central da Universidade de Aveiro, com o 1.º prémio; o grande espaço coberto para assembleias, no Santuário de Fátima, com o 2.º prémio; e o Parque Urbano Forlanni, na cidade italiana de Milão, com o 1.º prémio.

Porém, a intenção do Região de Leiria não é premiar a obra. Nem tão pouco, como refere na sua mensagem, “um projecto e um processo” em concreto. A intenção foi distinguir o homem e, nesse sentido, a nossa convicção é de que, enquanto profissional, Gonçalo Byrne nunca relegou para um plano secundário a responsabilidade cívica e cultural dos seus projectos de arquitectura. Nunca se furtou ao debate de ideias, nem virou as costas às divergências que as suas intervenções suscitaram. Para o Região de Leiria, essa é uma razão maior para lhe atribuir um prémio.

Foi o cunho cívico da obra de Gonçalo Byrne e o seu mérito profissional, académico e humanístico que levaram a Faculdade de Arquitectura da Universidade Técnica de Lisboa a atribuir-lhe as insígnias de doutor honoris causa e que estiveram na origem da decisão do Presidente da República de o agraciar com a Cruz de Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. A estes aspectos também o Região de Leiria não fechou os olhos.

Acresce a todos estes factores, o facto de o Arquitecto Gonçalo Byrne ser natural de Alcobaça. Como sabe, os Troféus Afonso Lopes Vieira visam distinguir pessoas e instituições da nossa região.

Quanto ao comentário que tece sobre o facto de ter sido o Dr. Gonçalves Sapinho a entregar o troféu, o seu raciocínio vai longe de mais. Na verdade, foi o Sr. Presidente da Câmara que entregou o prémio pela simples razão de que Gonçalo Byrne é natural de Alcobaça.

O Região de Leiria recebe de bom grado todas as observações que os seus leitores entenderem fazer, mas não pode deixar passar em branco afirmações que não correspondam à verdade. Quando o Sr. Miguel Silvestre lamenta “profundamente” que o nosso jornal “se tenha associado a esta forma de estar na gestão pública” está a fazer um juízo errado, não só do propósito dos Troféus Afonso Lopes Vieira, como também das intenções de quem seleccionou os premiados.

Em ambos os aspectos esperamos, sinceramente, que esta mensagem o possa elucidar. Continuamos ao dispor para todos os esclarecimentos de que necessitar.

Com os melhores cumprimentos


Patrícia Duarte

Departamento de Marketing
Sojormedia, SA"

11 comentários:

capeladodesterro disse...

Quando li a notícia achei que deveria manifestar a minha incompreensão e as minhas dúvidas quanto ao processo de atribuição do prémio. A resposta aí está para que cada um analise e tire as suas conclusões. Registo muitas coisas da resposta, mas principalmente o silêncio sobre a obra em Alcobaça. Se o motivo foi a obra que compoõe carreira de Byrne porque não atribuir um prémio à carreira e não o de personalidade do ano?
Quanto às raízes alcobacenses estamos conversados e quanto à abertura à discussão e crítica muito mais! Se fosse verdade não se estaria a emendar os erros cometidos, mas mais vale tarde que nunca. Abraço

Anónimo disse...

Pois é, quem sou eu para por em causa os grandes méritos do Arq. Gonçalo Byrne.
Certamente que tem obra de grande valia espalhado por este mundo, não está aqui em causa, O trabalho que ele fez na frente mosteiro não está á altura de um grande arquitecto, mostra falhas de alunos de arquitectura só aceitáveis para um primeiro ano.
Empobreceu toda aquela zona,gastou uma pipa de massa e Alcobaça ficou diferente e pior.
Para fazer o que está feito realmente os arquitetos da Câmara poderiam tê-lo feito e a muito menor custo.
Quanto a ele ser de Alcobaça isso não passa de um argumento sem sentido.
Talvez não saibam que o sobrinho do Sapinho é, ou era, um quadro superior do grupo desse jornal.
Bem mas tudo isso é certamente irrelevante, pois o que está em causa é a incompetência do dono da obra. Está mal e não viu que estava mal. E isso é muito grave.
Quem não sabe gerir a sua casa não saberá certamente gerir a casa dos outros.
Ter dinheiro não chega é preciso
saber aplica-lo. Pois este negócio foi uma mina para muitos até deu para construir vivenda a vereador. Certamente que ele pagou do bolso dele mas mas a mulher de César!!!!!

Quanto ás condecorações todos sabemos que muitas vezes são pagamentos de favor, falta de candidatos etc etc.
O que está feito não vai durar 20 anos até ser alterado. Aqilo está pobre e mostra de certo modo a pobreza o desleixo e a incompetência da Camara e do IPAR . Se o projecto fosse feito por mim era chumbado logo na primeira apresentação, mais se o projecto fosse feito pelo Manuel Salgado mas com o nome de um tipo qualquer seria chumbado na mesma .
È assim que estas coisas funcionam e é pena .

Anónimo disse...

Não confundir "Região de Leiria" com Jornal de Leiria. O sobrinho do Sapinho é quadro superior do "Jornal de Leiria". Isto só prova que quando queremos ver conspirações, as vemos, mesmo que elas não existam.
A obra é boa. Alcobaça ficou melhor-Só não vê quem não quer. Mas nem é isso que está em causa.

capeladodesterro disse...

Já agora o que está em causa então?
o que justifica o mundo ao contrário?

Anónimo disse...

O que está em causa é mesmo a necessidade e a procura da conspiração. A obra foi feita e está lá. Uns gostam outros não... Por causa de uns não se teria feito nada, o mosteiro continuaria escondido atrás das árvores e do chorão e os carros continuariam a minar o centro da cidade. Ruído e poluição continuariam a manchar o ambiente frente a um dos mais importantes monumentos nacionais.
Não defendo o Byrne nem a CMA e também lhes aponto o dedo pelos erros cometidos, mas basta desta busca desenfreada pelo escândalo e pelas intrigas.

capeladodesterro disse...

Não consigo partilhar dessa forma de "Política Swiffer".os mesmos que defendem o que foi feito são os mesmos que criticam o país quando esbanja dinheiro em estádios inúteis e noutras obras faraónicas... sinceramente estou cansado desta políticazinha onde toda a gesnte se sente ofendida apenas porque se tem uma visão contrária. Esse é o verdadeiro terreno da conspiração.
Por acaso MB alguma vez ouviste a Câmara reconhecer um erro? Teria sido o suficiente para activar a minha complacência... também falho tanto!

Anónimo disse...

Nisso tens razão, a CMA nunca assume os erros... Tenta sempre remediar e mal...

Quando dizes:
"sinceramente estou cansado desta políticazinha onde toda a gesnte se sente ofendida apenas porque se tem uma visão contrária"

As pessoas não se sentem ofendidas por se ter uma visão contrários. Sentem-se ofendidas por serem criticadas ao terem uma visão contrária. É muito diferente!

capeladodesterro disse...

Pessoalmente não me sinto nada ofendido quando sou criticado por ter uma visão contrária! Gosto do debate e da diversidade de opiniões... deve ser por não ser político!

Anónimo disse...

Não consigo entender esta polémica.
Tinham-me falado do projecto e da polémica à sua volta pelo que aproveitei as minhas férias no fim de Agosto para ver qual o impacto que me causaria, relativamente às memórias que tinha do convento. O impacto foi positivo por um lado e negativo por outro. Um dos lados positivos é de que gostei muito do espaço monumental que o convento passou a ter(nunca tinha tido a noção do convento como um grande corpo, só via a fachada frontal), outro lado positivo foi a sensação de espaço na rua e esplanadas em frente da fachada principal que para minha surpresa (ao contrario do que me tinham informado) estava cheia de vida e animação. Para mim o lado negativo que este projecto trouxe, foi o contraste com a restante área envolvente que, no meu entender, passou a ter comparativamente um mau aspecto e má qualidade de espaço publico, com passeios pequenos, confusos e sujos.
Tal como já foi referido neste blog, uns gostam e outros não. Eu identifico-me com os que gostam do projecto. Pode ser um gosto viciado pelo facto de ter vivido alguns anos fora de Portugal, e de ter visitado algumas cidades antigas que também sofreram este tipo de reformas. Não quero defender a obra nem impor o meu gosto, mas se fosse habitante desta cidade me preocuparia mais a discutir sobre o resto da cidade (nomeadamente o urbanismo à volta da cidade) do que no resultado desta obra.

capeladodesterro disse...

Agradeço o seu comentário, mas não partilho nada da opinião de que a obra não lhe faz confusão porque conhece outros exemplos no estrangeiro! Também conheço e a prática não é toda igual ao que existe em Alcobaça. Não tomemos a parte pelo todo.
De qualquer forma os meus cumprimentos espero que tenha lido todos os meus textos por forma a perceber o porquê de tanta polémica. Como perceberá a estética foi sempre aquilo que menos me preocupou.
Apareça sempre

Anónimo disse...

Meu Caro

Não há qualquer escandalo em dizer que a decoração desta obra está pobre e não enobrece o monumento.

Também vivi alguns anos fora de Portugal e vi coisas a meu ver boas e más, mas gastar mais de um milhão de contos e deixar um terreiro , tirar o acesso central ao Mosteiro , meu caro seria dificil ver isso em sociedades mais evoluidas.

Claro que a paisagem que se pode ver em frente do Mosteiro é semelhante ao que de melhor, se pode ver no Afeganistão, árido e nu

POis é, mas nós estamos na Europa em que o Turismo de qualidade cada vez mais está a desenvolver-se.

Será que é isto que vai atrair mais visitantes?

Será esta imagem que vai criar a coriosidade das pessoas para nos visitarem?, acho que não.

Não me interessa se é este ou aquele que está no poder, gostava era que fosse uma pessoa competente para gerir a minha terra.
Pode até ser Marciano mas se for competente e trabalhador tem o meu voto.

Será bom que os próximos eleitos sejam, trabalhadores e conhecedores das necessidades deste Concelho, bem precisamos, mais do mesmo não obrigado