quarta-feira, agosto 30, 2006

Diário de uma visita nocturna II

A última vez que estive em S. Martinho do Porto fez-me bem. Foi com satisfação que reparei numa série de pormenores que me tranquilizaram e me fazem acreditar nas pessoas. Não creio que tenhamos um fundo mau, por vezes acossamo-nos reagimos agressivamente, mas no fundo a grande maioria quer os bem das coisas em que estão envolvidas.
Vem este preâmbulo a propósito das obras de requalificação de S. Martinho do Porto. Mantenho aquilo que disse no que concerne à definição de prioridades e espero que a Câmara Municipal avance na circular de escoamento do trânsito que vem de Salir, que pense em soluções definitivas para o estacionamento e, depois disso, quem sabe se não será possível retirar o pouco estacionamento que resta em frente das esplanadas.
Vi nesta obra um cuidado que não vi em Alcobaça. A praça inclinada é bem menos inclinada e houve reutilização das cantarias do paredão. As árvores foram cortadas, mas foram colocadas outras que permitem uma vivência que, na verdade, não existia na sinistra praça anterior.
O cuidado com o ambiente nos acessos à praia são de uma qualidade invulgar e parecem-me uma solução duradoura para travar a erosão das dunas. A ciclovia é esteticamente bonita apesar de não me parecer muito funcional porque é muito estreita. Já o passeio me parece irrepreensível, com uma calçada muito bonita e mais espaço de circulação.
Houve uma preocupação de reaproveitamento e de revolução na continuidade que apreciei particularmente. O resultado está à vista… gente e mais gente a passear, mesmo sem iluminação definitiva.
Deixo um reparo para que a câmara, em vez de construir o elevador, prolongue o passeio até à estrada que vai para Salir. Esta interrupção de linguagens urbanísticas salta demasiado à vista e faz com que no espaço de um quilómetro tenhamos três opções diferentes: a nova, a velha e a que está a ser utilizada a partir de Salir.
De qualquer forma e apesar de todos os problemas que alguns têm vindo a denunciar, e sobre os quais não me atrevo a pronunciar porque não conheço, não deixou de ser um afagar da alma, depois desse terramoto chamado Rossio.
Inverteram-se as prioridades nas intervenções necessárias, mas estamos a tempo de fazer o que precisa de ser feito. Ah… e não aconteceram mudanças irreversíveis, daquelas que nos podemos arrepender no futuro…

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