quinta-feira, março 09, 2006

S. Martinho: Diário de uma Visita Nocturna

Envolta na bruma, sem iluminação pública, numa noite de temporal, S. Martinho força-me a escrever sobre um assunto do qual tinha prometido a mim próprio não me envolver. Depois da marcante experiência que foram as obras do Rossio de Alcobaça receava aquilo que se pudesse fazer em S. Martinho.
Do que conhecia do projecto nomeadamente da maquete, a opinião não era favorável. Pareceu-me mais um lifiting arquitectónico do que uma obra estrutural e inserida num projecto de desenvolvimento.
Colocando sob reserva o facto de não ter interpretado bem a maquete (digo-o sem ironia) causou-me espanto o facto de se orçamentarem 5 milhões de euros e não estar contemplado duas coisas que me parecem fulcrais: um parque de estacionamento para utilizadores da praia e uma circular que afastasse o trânsito que vem de Salir para Alfeizerão, Famalicão da Nazaré ou mesmo para o núcleo antigo de S. Martinho. Deparei com um passeio alargado junto à praia, suprimindo estacionamento, a depuração de uma praça e um elevador sem glória.
Segundo sei existem componentes do património histórico local que não foram, mais uma vez, devidamente contempladas. No entanto, nem pego por aí, para não ser acusado de algum fundamentalismo profissional!
Mais uma vez foram efectuadas apresentações públicas logo todos somos responsáveis…

P.S. Uma nota surrealista para a placa de informação do espaço Palace do Capitão: “Turismo Rural”??!! Será que ninguém se lembrou de Turismo de Habitação?! E a localização da placa?! Quem entra na Marginal é absorvido por placas de informação, só faltava isso depois das construções que retiraram sol à praia. Só é preciso bom-senso…

1 comentário:

Anónimo disse...

Lúcido o texto.
Vivo em S. Martinho e realmente é confrangedor a inferioridade mental dos personagens que pensaram,projectaram ou aceitaram este projecto, principalmente pelo absurdo esquecimento de um estacionamento que substitua a marginal, lugar habitual para estacionamento de largas centenas de viaturas durante o fim de semana.
A acrescentar ao corte em locais de estacionamento, o aumento previsível da população, pela continuação de construção de grandes blocos habitacionais, vai potenciar o problema da falta de estacionamentos.
De criticar também a altura do início das obras.
Com o verão e a época balnear à porta e a marginal virada do avesso para turista ver, belo cartão de visita deixamos...